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Foto do escritorBianca Villegas

Impactos dos detergentes nos ecossistemas aquáticos: consequências e desafios ambientais


Bianca Villegas*


Recentemente houve a notícia sobre o caso Ypê no Brasil, onde lotes do detergente foram barrados devido à contaminação biológica dos produtos, apesar de ter sido algo um pouco mais simples, alterando apenas a coloração e o cheiro do produto, nos faz pensar, apesar que de maneira indireta, sobre como tais produtos de limpeza podem afetar o meio ambiente, especialmente rios e oceanos.

 

No cotidiano, costumamos cozinhar, lavar a casa, roupas, louça, além de momentos de autocuidado como banho, não pensamos para onde essa água vai, muito menos no nosso impacto ambiental quando vamos relaxar um pouco, sentindo nossa fragrância favorita depois de um dia estressante, onde esse momento fleumático, ao não receber o tratamento apropriado pode levar à extinção de espécies marinhas.

 

O impacto do sabão e de detergentes em corpos d’água acontece, pois, tais produtos possuem substâncias tensoativas, estas substâncias são separadas em quatro grupos, sendo estes os aniônicos, não iônicos, catiônicos e anfóteros. Uma substância tensoativa tem a capacidade de romper essa separação entre substâncias polares e apolares, ou seja, a água e a sujeira. Essa capacidade faz com que haja a diminuição do oxigênio encontrado nesse ecossistema, além de impactos em pássaros do local, já que atinge o óleo natural de suas penas, como também, a espuma reduz a entrada de luz solar, prejudicando o efeito da fotossíntese.

 

A falta de oxigênio é conhecida como hipóxia, neste caso, ao falar sobre a hipóxia por contaminação, afeta a fauna já que grandes partes dos peixes não conseguem sobreviver com o oxigênio em níveis tão baixos. Devido a esse efeito, existem as chamadas “zonas mortas”, onde não é possível ter o ecossistema devido à hipóxia. Apesar de que as zonas mortas são também um efeito natural, são agravadas e estão sendo mais frequentes devido à poluição de corpos d’água.

 

Um exemplo seria a “zona morta” no Golfo do México, causada por contaminação por fertilizantes agrícolas e esgoto urbano, neste caso, os fertilizantes faz com que as algas cresçam em demasia, usando muito oxigênio da área. Isso, ligado com o mencionado anteriormente dos efeitos de substâncias tensoativas, cria com um desequilíbrio da área. No Brasil, temos zonas mortas no litoral do país, algumas delas são Bacia do Pino, em Pernambuco; Baía da Vitória, no Espírito Santo; Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, dentre outras (segundo estudo realizado no ano presente, o Brasil possui 11 zonas mortas).

 

Outra ação do homem que pode expandir mais áreas de zonas mortas seria através do aquecimento global, pela água estar quente, faz com que peixes e outras espécies precisem respirar mais rápido, trazendo a escassez de oxigênio.

 

*Estudante de Química na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo


Fontes:

 

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