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NEWSLETTER #3.2024

Confira abaixo os destaques da nossa equipe da última semana:

  

1) Amazônia no limiar: entre a conservação e o impacto humano

 

Na Amazônia, a tensão entre desenvolvimento e sustentabilidade se intensifica. O MPF desafiou o licenciamento ambiental para exploração de gás e petróleo pelo Ipaam, exigindo suspensão e realocação da competência para o Ibama, além de enfatizar a “consulta prévia aos povos indígenas e comunidades extrativistas impactadas”, conforme preconiza a legislação.

Em paralelo, propostas legislativas buscam flexibilizar o licenciamento ambiental, sob críticas de ambientalistas que veem nisso a “mãe de todas as boiadas”. Caciques locais, sentindo-se atropelados pelo avanço desconsiderado de tais empreendimentos, clamam por respeito e diálogo, ressaltando uma realidade onde “estão passando por cima da gente”. Este cenário destaca a urgente necessidade de equilibrar progresso econômico com responsabilidade socioambiental, garantindo a preservação da Amazônia e o respeito às suas comunidades.

 

Fontes: MPF, Reset, Brasil de Fato.

 

2) Águas e energias da Amazônia: caminhos para uma gestão sustentável

 

A reabertura da BR-319 e a proposta de construção da usina hidrelétrica de Bem-Querer em Roraima apresentam complexos desafios socioambientais e soluções potenciais para crises energéticas regionais. A BR-319 é vista como um vetor para o “aumento do desmatamento e dos conflitos fundiários”, enquanto a usina de Bem-Querer, apesar de prometer aliviar a dependência energética de Roraima da Venezuela e integrá-lo ao sistema nacional, enfrenta oposição por potenciais danos ao ecossistema local. Estes projetos refletem o delicado equilíbrio entre desenvolvimento e conservação ambiental, enfatizando a necessidade de soluções sustentáveis e inclusivas que considerem os direitos e modos de vida das comunidades locais.

 

 

3) A Amazônia em foco: conflitos ambientais e sociais na atualidade

 

Nos últimos anos, a Amazônia enfrenta uma conjuntura crítica, marcada por desafios ambientais e sociais. Um estudo recente destaca que a região pode alcançar um ponto de não retorno até 2050, potencializando o aquecimento global. Ao memso tempo, a Amazônia sofre com a violência exacerbada por grilagem, garimpo ilegal e extração irregular de madeira, tornando-a um dos lugares mais violentos do mundo.

O agronegócio, por sua vez, encara o “agrossuicídio”, afetado pelo caos climático que suas próprias práticas insustentáveis ajudaram a instigar. Por outro lado, a indústria agroquímica luta para manter o uso de pesticidas letais para abelhas, enquanto o êxodo rural, intensificado pela falta de políticas públicas eficazes, quase duplica a média mundial, pressionando a sustentabilidade urbana e rural. Estes problemas destacam a urgência de ações integradas para a conservação ambiental, a segurança social e a revisão de práticas agrícolas e industriais.

 

 

4) Clima e vida: uma jornada mundial pela biodiversidade

 

O mundo enfrenta desafios climáticos sem precedentes, evidenciados pela perda dramática de gelo na Groenlândia, que, segundo a Agência Brasil, “transformou regiões anteriormente cobertas por gelo em áreas de rochas, pântanos e arbustos”. Os ursos polares, emblemáticos do Ártico, estão em risco de fome devido ao derretimento do gelo marinho, incapazes de adaptar suas dietas.

Destaca-se também, de acordo com o ClimaInfo, um “colapso iminente de correntes oceânicas do Atlântico”, uma mudança não vista em mais de 10 mil anos, ameaçando ecossistemas globais. A mesma fonte alerta que “uma em cinco espécies migratórias corre risco de extinção”, sublinhando a crise de biodiversidade.

Em outra notícia, O Eco reforça este ponto, ressaltando o “grande declínio” das espécies migratórias. Em resposta, o presidente Lula, conforme reportado pela Agência Brasil, busca ampliar o financiamento climático para países africanos, um passo crucial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e proteger a biodiversidade.

 

 

5) Reforma Agrária e sustentabilidade: desafios e avanços na construção de um Brasil mais verde e justo

 

Em um momento crucial para a sustentabilidade ambiental e a reforma agrária no Brasil, diversas iniciativas demonstram a força da agricultura familiar e dos movimentos sociais na promoção de um desenvolvimento rural sustentável. O Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, liderado pelo MST, é um importante e animador exemplo dessa tendência, tendo alcançado a marca impressionante de 10 milhões de árvores plantadas em diversos biomas do país, em um esforço para unir a recuperação ambiental com a produção de alimentos saudáveis e geração de renda para as famílias rurais​​.

A iniciativa não se concentra apenas no plantio de árvores, mas também na formação e na conscientização sobre a importância da agroecologia e da Reforma Agrária Popular. De acordo com o MST, o plano reafirma como uma ação intersetorial da organização, com ações importantes desenvolvidas pelos setores de educação, formação, gênero, juventude, evidenciando um compromisso com uma abordagem holística para o desenvolvimento sustentável.

Ademais, a utilização de maquinário chinês na agricultura familiar e a parceria com Itaipu para fortalecer a agroecologia em assentamentos da reforma agrária no Paraná ilustram a adoção de tecnologias e cooperações internacionais para impulsionar práticas agrícolas sustentáveis e responsáveis. Estas iniciativas sublinham a importância de modernizar a agricultura familiar sem comprometer os princípios ecológicos e sociais.

A solidariedade também se manifesta na doação de 8 toneladas de alimentos do MST para refugiados da Etiópia, ressaltando a capacidade de movimentos sociais em responder a crises humanitárias através da agricultura sustentável. Este ato de generosidade destaca a potencial contribuição da reforma agrária e da agricultura familiar para a segurança alimentar global e a justiça social.

No entanto, o desafio persistente do êxodo rural, que no Brasil é “quase o dobro da média mundial”, lança uma sombra sobre estes avanços, alertando para a necessidade urgente de políticas públicas que valorizem e fortaleçam a vida no campo. A sustentabilidade de longo prazo do desenvolvimento rural depende da capacidade de atrair e manter populações nas áreas rurais, oferecendo-lhes condições de vida dignas e acesso a oportunidades econômicas.

Estas narrativas convergem para a conclusão de que a reforma agrária e a sustentabilidade ambiental são indispensáveis para a construção de um Brasil mais verde e justo. Através do engajamento comunitário, da inovação tecnológica e da solidariedade global, é possível enfrentar os desafios socioambientais contemporâneos, pavimentando o caminho para um futuro sustentável.

 


Colaborador responsável: Roberto Alexandre Levy.

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