Confira abaixo os destaques da nossa equipe da última semana:
1) Impactos das Enchentes no Rio Grande do Sul: a Catástrofe Climática e Seus Efeitos sobre a Comunidade Gaúcha
Impacto de Eventos Climáticos Extremos no Rio Grande do Sul: Análise dos Danos Provocados por Temporais e Enchentes em Mais de 300 Municípios e o Aumento no Número de Fatalidades. As informações atualizadas indicam um aumento no número de indivíduos feridos, totalizando 155 vítimas. Adicionalmente, registra-se a preocupante cifra de 103 pessoas ainda desaparecidas.
A magnitude do evento é evidenciada pelo impacto direto sobre aproximadamente 780 mil habitantes, afetados de diversas formas pelas precipitações intensas. Dentre estes, mais de 88 mil indivíduos encontram-se desalojados, sendo compelidos a abandonar suas residências. Além disso, ultrapassa-se a marca de 16 mil pessoas que buscaram refúgio em abrigos temporários. Esses dados sublinham a extensão da crise humanitária provocada pelas inundações, exigindo uma análise aprofundada das respostas de emergência e das políticas de mitigação para enfrentar tais desafios climáticos.
Desde o início da última semana, o estado do Rio Grande do Sul tem enfrentado severos temporais e enchentes, afetando mais de 300 cidades, com destaque para a região do Vale do Taquari, incluindo severos danos em Arroio do Meio devido a alagamentos. Consequentemente, o número de vítimas fatais confirmadas aumentou para 75, enquanto outros seis casos estão em processo de investigação para determinar a conexão com os referidos eventos climáticos. Informações atualizadas sobre a situação foram divulgadas pela Defesa Civil no início da tarde de domingo dia 5.
Fonte: CNN
2) Duplicação dos Incidentes de Queimadas na Amazônia Durante os Primeiros Meses de 2024
O período compreendido entre o primeiro dia de janeiro e o dia 29 de abril do ano corrente testemunhou um expressivo incremento nos focos de queimadas na região da Amazônia, registrando um total de 8.969 incidentes. Tal cifra representa um aumento de 153% em comparação com o mesmo período do ano anterior, que contabilizou 3.540 focos. Estes dados foram fornecidos pelo programa de monitoramento de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A nível nacional, observou-se um aumento de 81% no número total de queimadas, com 17.064 registros nos primeiros quatro meses de 2024. Notavelmente, os focos de incêndio localizados nos nove estados que constituem a região da Amazônia Legal representam mais de 60% do total de queimadas documentadas no Brasil durante este intervalo.
Importante destacar que, embora estes dados provenham do INPE, o monitoramento não se restringe exclusivamente ao bioma amazônico, indicando uma preocupação ambiental que transcende os limites geográficos da Amazônia. Estes números alarmantes demandam uma avaliação rigorosa das políticas de manejo de fogo e conservação ambiental em vigor, a fim de mitigar o impacto de tais eventos e preservar a biodiversidade da região.
Fonte: CNN
3) O Impacto do Clima na Saúde da Força de Trabalho Global
Um relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), datado de segunda-feira (22) e abarcando dados até 2020, apresenta que cerca de 2,4 bilhões de trabalhadores, representando aproximadamente 70,5% da força de trabalho global, estão sujeitos aos efeitos diretos e indiretos da instabilidade climática. O relatório destaca que cerca de 70,5% da força de trabalho global, aproximadamente 2,4 bilhões de trabalhadores, enfrentam os impactos das mudanças climáticas. Exposição ao calor extremo, radiação ultravioleta, eventos climáticos extremos e poluição do ar são alguns dos desafios mencionados. Tais condições podem levar a lesões, doenças e até morte, especialmente entre trabalhadores ao ar livre. Além disso, as mudanças climáticas podem aumentar o risco de exposição a doenças transmitidas por vetores e agrotóxicos. A saúde mental também é afetada, com profissionais expostos a TEPT, depressão e ansiedade.
Estimativas da OIT indicam que mais de 15,1 mil pessoas morrem anualmente devido à exposição ocupacional a doenças parasitárias e transmitidas por vetores, como malária, doença de Chagas, dengue, febre amarela e leishmaniose. Este valor representa 7,6% de todas as mortes por doenças causadas por parasitas e vetores, embora os números possam estar subestimados devido a dados insuficientes. O relatório ressalta que as exposições ocupacionais nem sempre são reconhecidas ou relatadas, sendo difícil distinguir uma doença relacionada ao trabalho, como ocorre em campos de arroz ou em áreas de descanso próximas.
Quanto ao envenenamento por agrotóxicos, mais de 300 mil mortes de trabalhadores são registradas anualmente, conforme os dados mais recentes disponíveis, de 2018. O relatório explica que as mudanças climáticas podem reduzir a eficácia dos pesticidas devido ao aumento da volatilidade e degradação acelerada, além de promover o aumento de pragas. Como resultado, as pessoas podem recorrer a pesticidas mais potentes e realizar pulverizações com maior frequência.
Fonte: O Eco
4) O despreparo dos Municípios Brasileiros para Eventos Climáticos Extremos: Evidências segundo pesquisa.
A pesquisa intitulada "Emergência Climática", conduzida pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), revela que a maioria dos municípios brasileiros carece de preparação para lidar com eventos climáticos extremos, semelhantes aos que têm assolado o Rio Grande do Sul. Os dados foram obtidos por meio de um levantamento realizado entre 1 de dezembro de 2023 e 24 de janeiro de 2024, contando com respostas de 3.590 das 5.570 prefeituras do país.
Os resultados indicam que 68% das prefeituras admitiram não estar preparadas para a crescente incidência de eventos climáticos extremos, enquanto apenas 22,6% afirmaram estar. Além disso, 6% das administrações municipais desconhecem as previsões de eventos climáticos que podem afetar seus territórios, e 3,4% não forneceram resposta. O critério adotado pela pesquisa para avaliar o preparo dos municípios contra eventos climáticos extremos englobou ações como a elaboração de planos de mitigação e adaptação, a implementação de medidas estruturais para enfrentar emergências climáticas e a captação de recursos.
A CNM enfatiza que, diante das projeções climáticas para o Brasil, o panorama é mais desafiador do que promissor. Destaca-se ainda a dificuldade enfrentada pelos municípios, especialmente os de menor porte, em arcar sozinhos com os custos de gestão de riscos e prevenção de desastres, ressaltando a necessidade de apoio por parte da União e dos estados. Segundo o estudo, a maioria dos municípios (43,7%) não possui setores ou profissionais dedicados à monitorização diária e em tempo real das áreas sob risco de desastres. Em relação aos sistemas de alerta para desastres, 57% das prefeituras não possuem nenhum tipo de sistema, enquanto apenas uma parcela minoritária utiliza meios digitais, locais ou veículos especializados.
O presidente da CNM, Paulo Roberto Ziulkoski, destaca a falta de apoio e investimento contra desastres naturais, deixando prefeitos e prefeitas praticamente isolados na gestão das tragédias. Quanto aos desastres naturais no Brasil, dados do Ministério do Desenvolvimento Regional revelam que, entre 1991 e 2022, foram registradas 4.728 mortes decorrentes desses eventos. O ano de 2011 foi o mais letal, com 957 vítimas, principalmente devido a fortes chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro. Recentemente, o Rio Grande do Sul enfrentou uma tragédia decorrente de temporais, que resultaram em 39 mortes e 68 desaparecimentos, afetando centenas de milhares de pessoas em 235 dos 496 municípios do estado. Esses eventos são atribuídos a diversos fatores, incluindo correntes intensas de vento, corredores de umidade da Amazônia e ondas de calor, agravados pelas mudanças climáticas.
Fonte: G1
5) Análise da Vulnerabilidade do Rio Grande do Sul a Eventos Catastróficos
A magnitude da tragédia desencadeada pelas inundações históricas, iniciadas na região central do Rio Grande do Sul no início desta semana e estendidas até a capital, Porto Alegre, ainda não foi plenamente compreendida. De acordo com informações da Defesa Civil estadual fornecidas à DW, equipes de resgate enfrentaram dificuldades para acessar muitas das áreas atingidas.
A gravidade da situação é tal que, mesmo sem precipitações adicionais nos próximos dias, o cenário permanecerá extremamente dramático, com previsões de mais chuvas na região. O nível recorde alcançado pelo Lago Guaíba em Porto Alegre, ultrapassando os 5 metros neste sábado, supera a cheia histórica de 1941, quando atingiu 4,76 metros e deixou 25% da população da cidade desabrigada. O Rio Jacuí, que se transforma em Lago Guaíba ao cruzar a capital, recebe toda a água proveniente do centro do estado, culminando em Porto Alegre antes de desaguar no Atlântico.
Em municípios menores ao longo dos rios da mesma bacia hidrográfica, comunidades inteiras parecem ter sido devastadas. Em Estrela, o Rio Taquari atingiu uma marca recorde de 33 metros, apenas seis meses após ter atingido sua cota máxima anterior de 29,53 metros. A sobreposição de fenômenos climáticos transformou a região central do Rio Grande do Sul em um alvo para a calamidade. O bloqueio de frentes frias pelo calor intenso do centro do Brasil, juntamente com a chegada de umidade da Amazônia por meio de "rios voadores", resultou em chuvas incessantes na região. O desaparecimento gradual do El Niño em maio provavelmente contribuiu para a intensificação desses eventos.
Miriam Prochnow, da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), afirma que todos os alertas sobre eventos climáticos extremos têm sido ignorados pelas autoridades no Rio Grande do Sul. Karina Lima, geógrafa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destaca a vulnerabilidade do estado a fenômenos como El Niño e La Niña e a necessidade urgente de planos de contingência e prevenção adequados.
Fonte: DW
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