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Newsletter #10

Confira a seguir os destaques da nossa equipe na última quinzena:


1) Centralia: A Cidade na Pensilvânia que está queimando há 60 anos


Em 1962, a prefeitura de uma pequena e próspera cidade nos EUA decidiu colocar fogo em um aterro sanitário que vinha acumulando toneladas de lixo. Apesar da atitude aparentemente padrão, os bombeiros apagaram o incêndio, mas logo se percebeu que ele se alastrou em um buraco de uma mina de carvão próxima. Após um impasse inicial de como apagar o fogo e de milhões jogados fora nas infrutíferas tentativas pelo Estado americano, a cidade foi abandonada. Atualmente possui apenas um punhado de moradores que moram mais afastados das fendas que ainda emitem vapores tóxicos. A cidade completou 61 anos queimando, símbolo de uma curiosa mistura de insustentabilidade ambiental e incompetência. Fonte


2) Negacionismo na Itália continua em meio a eventos climáticos extremos


No último mês (como destacamos na Newsletter #9), a Itália, assim como toda a faixa Sul da Europa, vêm enfrentando uma severa onda de calor, com temperatura de quase 50 °C. Nesta semana, chuvas de granizo atingiram cidade próxima a Milão em meio às ondas de calor na Itália e blocos de gelo se espalharam pelas ruas. Fonte


Também nas últimas semanas, as geleiras na suíça derreteram tanto que inclusive o corpo de um alpinista desaparecido há 37 anos foi encontrado. Fonte


Mesmo diante desses eventos climáticos extremos, um dos representante da extrema direita no país, M. Salvini declarou que o derretimento dos Alpes é um fenômeno cíclico e que não tem nada a ver com das mudanças climáticas. Fonte


Enquanto isso, segundo o jornal italiano La Reppubblica, sete em cada dez italianos sofrem de eco-ansiedade. Segundo a matéria: "72% dos italianos se dizem pessimistas em relação ao futuro e estão convencidos de que a situação ambiental vai piorar nos próximos anos. O neologismo passou a fazer parte do debate público nos últimos dias após o confronto entre a jovem Giorgia Vasaperna e o ministro do Meio Ambiente, Gilberto Pichetto Fratin, por temores das consequências da crise climática". Fonte


3) Eventos climáticos extremos continuam também fora da Europa


Conforme matéria da ONU, um grande tufão atingiu a capital da China na última semana, causando mortes e estragos. Essas chuvas vêm sendo consideradas como as piores já registradas em 140 anos, causadas por ciclones tropicais que atingiram diversos países na região asiática. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o fenômeno foi provocado pelo tufão Doksuri que passou pelas Filipinas e pela província de Fujian, no sudeste chinês, em 29 de julho, estendendo-se até o norte de Pequim e em áreas ao longo dos rios Amarelo e Huaihe. Fonte: ONU.


Vale lembrar que na semana passada havíamos noticiado que a China estava enfrentando uma gravíssima onda de calor com temperaturas de até 52°C.


Ainda na última semana, um iceberg foi avistado na ilha de Newfoundland na costa do Canadá. Aparições dessa natureza tem se tornado cada vez mais comuns em locais perto da Groenlândia já que cerca de 90% dos icebergs do planeta vem dessa região. As mudanças climáticas têm acelerado bruscamente o degelo das calotas polares, portanto, cenas como essa certamente se repetirão. Fonte


4) “A era da ebulição global chegou” diz secretário-geral da ONU


Julho deve ser o mês mais quente já registrado. Diante das ondas de calor extremo que assola diversas regiões do planeta, nos hemisférios Norte e Sul, António Guterres, chefe das Nações Unidas, declarou:

“A mudança climática está aqui. É assustador. E é só o começo [...] Ainda é possível limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C [acima dos níveis pré-industriais] e evitar o pior das mudanças climáticas. Mas apenas com ação climática dramática e imediata”

Matéria do The Guardian traz alguns gráficos interessantes que registram os records de temperatura do último mês de julho, confira:r



Fonte: The Guardian


Nesta semana, o IPCC também divulgou em suas redes vídeo sobre os impactos das mudanças climáticas no contexto latino-americano. Confira.


5) Ambientalistas cimentam as próprias mãos no asfalto durante mundial de ciclismo em Glasgow, na Escócia

Cinco pessoas foram presas em Glasglow, na Escócia, no último domingo (6/8) porque cimentaram as próprias mãos no asfalto em percurso do mundial de ciclismo como forma de protesto, interrompendo a competição por quase uma hora. Fonte

Nós do Ruptura queremos saber sua opinião sobre essas táticas de protesto. Deixe seu comentário abaixo!


6) Morre Ignacy Sachs, marco teórico do Ecodesenvolvimento

Faleceu em Paris na manhã da última 4ª feira (2/8), aos 96 anos, o economista Ignacy Sachs, um dos pioneiros do ecodesenvolvimento. O autor se refugiou no Brasil na década de 50 onde desenvolveu seus estudos sobre economia. Fonte


7) Como Tuvalu vem lidando com as ameaças do aumento do nível do mar

Tuvalu é um pequeno país na Polinésia formado por um conjunto de ilhas que vem sofrendo com o risco de desaparecer em razão do aumento do nível do mar. Segundo estimativas, metade da capital do país (ilha na qual habita a maior parte da população) pode estar imersa em 2050.


Como iniciativa de adaptação, o governo de Tuvalu começou a utilizar as novas tecnologias para buscar uma solução. Recentemente, o país começou a utilizar sensores para escanear as faixas costeiras e mapear as áreas de risco. A partir disso, engenheiros buscam construir proteções costeiras que impeçam a ilha de desaparecer. Fonte


8) Cerrado brasileiro se torna o novo "hotspot" do desmatamento

Enquanto índices de desmatamento da Amazônia vem caindo, o Cerrado continua a acumular recordes. Além de certa omissão estatal na gestão da crise, a área possui algumas características que contribuem para o cometimento de crimes ambientais. Dentre estas, a maior parte dos alertas partem de áreas cujos donos possuem Cadastro Ambiental Rural (CAR); pouca porcentagem do Cerrado é protegida como unidade de conservação e poucos municípios lideram os índices de desmatamento.


Entidades ambientais criticam a falta de transparência e participação civil em autorizações e obras que impactam a fauna e flora da região. O governo alega que está monitorando os municípios mais críticos para inclusão no plano de Desmatamento Zero.


9) Retomada de áreas destruídas como estratégia para combater o desmatamento no Brasil


Artigo escrito por Procurador da República sugere a retomada de áreas destruídas por crimes ambientais como estratégia para seu enfrentamento. Fazendo uma analogia com o que ocorre com a apreensão do produto do crime em demais investigações criminais, como forma de desincentivar o cometimento dos ilícitos. A medida é interessante pelo caráter pragmático, uma vez que crimes ambientais possuem penas pequenas, e pouca chance de reverter o dano ambiental cometido. Com a apreensão e embargo das áreas pelo Estado, amplia-se as possibilidades de reparo.


O procurador também faz uma série de recomendações como: a) otimizar a coordenação e prioridade em julgados de temáticas ambientais, bem como a criação de grupos de trabalhos no Judiciário e Ministério Público dedicados somente para esta seara; b) Uma maior vinculação entre os sistemas de controles de áreas rurais, bem como maior transparência de seus dados; c) negar a regularização de ocupação e atividade econômica desenvolvida em qualquer área ilegalmente desmatada após 2008 e identificada pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Sistema Prodes/INPE). Fonte


10) Nações Unidas reúne esforços para aprovar Acordo global pelo fim da poluição plástica até o fim de 2024


Segundo matéria da ONU, a humanidade produz cerca de 460 milhões de toneladas de plástico por ano e sem medidas urgentes, esse número triplicará até 2060. Em março de 2022 foi aprovada a resolução para acabar com a poluição plástica. Nesta semana, a ONU Brasil publicou interessante vídeo chamando atenção para o assunto. Confira.


11) Maior devastador da Amazônia é preso pela PF

Bruno Heller foi preso no dia 03/08/2023 no Pará. Ele é apontado como chefe de organização criminosa responsável por mais de 6,5 mil hectares desmatados na Amazônia. Durante a operação foram encontrados dinheiro em espécie e gramas de ouro bruto, presumivelmente oriundos do garimpo ilegal, o que motivaram a sua prisão em flagrante. Um relatório do do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) “informa que Bruno Heller explorou diretamente uma área de 21.860,60 hectares com a criação de cerca de 4 mil cabeças de gado". A operação também “determinou ainda o bloqueio de 16 fazendas, 10 mil cabeças de gado e R$ 116 milhões, pertencentes ao grupo criminoso do qual o preso é apontado como chefe”. O suspeito possui inúmeras infrações ambientais no âmbito federal e estadual em diversas partes do Estado do Pará que se estendem por décadas. Fonte 1 e Fonte 2



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