Marcados por assimetrias, os primeiros dias da COP 28 abarcaram discussões e decisões do mais variados impacto para controle da emergência climática.
O primeiro dia, sem dúvida, foi de protagonismo da muito esperada operacionalização do Fundo de Perdas e Danos, criado na COP 27. Há a promessa de pelo menos 100 milhões de dólares para o fundo - ainda menor do que o necessário para o cumprimento dos objetivos estabelecidos nessa frente, mas um começo e um avanço desde a última rodada de discussões.
O segundo dia teve o Brasil como foco, com o presidente Luis Inácio Lula da Silva discursando e com a apresentação do “Plano de Transformação Ecológica”. As discussões sobre economia de baixo carbono foram um dos pontos mais tratados, sendo que o projeto para um mercado regulado está em tramitação no Brasil.
No terceiro dia, a Colômbia anunciou sua participação na iniciativa Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis, sendo pioneira em países não insulares.
Esse posicionamento colombiano pressiona o Brasil e acaba jogando luz para o fato de que o país que ambiciona se posicionar como potência na defesa da sanidade climática ainda “come pelas beiradas” quando o assunto é redução do uso de combustíveis fósseis como parte da transição energética.
Esse “chove e não molha” brasileiro se acentua diante de outros fatores ocorridos nesses dias de COP como é o caso do Brasil estar analisando o convite para participação na OPEP (liga internacional de potências petrolíferas), ou mesmo do desastre ambiental em curso em Maceió (Alagoas) envolvendo atividades de mineração de sal-gema da petroquímica Braskem, que, inclusive (e ironicamente), compunha o painel brasileiro de palestras na própria COP.
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